Museu Monográfico de Conímbriga – Museu Nacional / Ruínas Romanas de Conímbriga – Monumento Nacional
O espaço museológico do Museu Monográfico de Conimbriga – Museu Nacional, corresponde “grosso modo” à área da cidade antiga de Conimbriga, (apenas parcialmente musealizada), integrando as Ruínas, quer a parte escavada, quer a reserva arqueológica (cfr. fotografias aéreas), o Museu e alguns espaços circundantes.
A investigação arqueológica precede a criação do museu. Um longo processo de pesquisa foi iniciado no século XIX, e consolidado no século XX, especialmente depois de consumada a classificação do sítio arqueológico, como Monumento Nacional, em 1910.
Em 1873, o Instituto de Coimbra criou uma secção e um Museu de Arqueologia e deu início ao estudo de Conimbriga. Em 1899, concretizaram-se as primeiras sondagens de vulto, desenho da planta do “oppidum” e os primeiros levantamentos de mosaicos. A partir de 1929, iniciaram-se em Conimbriga escavações sistemáticas, impulsionadas pela realização do “XI Congresso Internacional de Antropologia e Pré-História”. Os resultados motivaram o Estado em 1930, a adquirir a maioria dos terrenos. Nos anos quarenta e cinquenta do século XX são realizadas obras de reconstituição e consolidação das ruínas, especialmente dos mosaicos. Em 1962, foi inaugurado o Museu Monográfico de Conimbriga, posteriormente Museu Nacional, onde se localiza a única oficina de mosaicos do país.
(por Vítor Dias, Diretor do Museu Monográfico de Conimbriga – Museu Nacional)
Museu Nacional de Machado de Castro / Criptopórtico de Aeminium
O Museu Nacional de Machado de Castro (MNMC) assenta sobre um criptopórtico romano e ocupa as instalações do antigo Paço Episcopal de Coimbra.
No antigo Império romano, a atual cidade de Coimbra dava pelo nome de Aeminium. Aqui situava-se o forum, espaço dedicado às atividades de âmbito político/administrativo, religioso, judicial e comercial. No cimo da colina, a constituição da praça pública com o respetivo edificado (desaparecido) obrigou à construção de uma base de sustentação, o criptopórtico, para criar a plataforma superior.
Iniciado no tempo do imperador Augusto (27 a.C.-14 d.C.) e ampliado durante a governação de Cláudio (44-51 d.C.), o criptopórtico é constituído por dois pisos com várias galerias e celas cobertas com abóbadas de berço, seguindo a tecnologia romana. Nelas subsistem esculturas de imperadores e figuras femininas, juntamente com diversas lápides de pedra com inscrições votivas a deuses e homens, celebrando a memória dos mortos e a glória dos vivos.
A Afrodite de Aphrodisias (século II d. C.), do Museu Regional de Beja e em exposição no MNMC, faz a ligação ao criptopórtico de Aeminium e estabelece a coerência entre os circuitos da arte pública e privada, tornando clara a extensão e variedade mitológica no Império.
Herdeiro de uma infraestrutura de dimensão única na Península Ibérica, o Museu Nacional de Machado de Castro transforma-se no espaço privilegiado na cidade e no país para compreender uma história cultural e civilizacional, desde a desativação do forum romano e da cultura pagã à instalação de uma estrutura cristã, com o Paço Episcopal. Ao longo de séculos, o espaço foi sabendo conviver com os vários registos que nele se foram integrando, chegando ao século XXI com a preservação possível de uma esfera cultural e patrimonial dinâmica e multifacetada.
(por Maria de Lurdes Craveiro, Diretora do Museu Nacional de Machado de Castro)
Vila Termal de Luso
Muito conhecida pelas virtudes terapêuticas das suas águas, a vila de Luso constitui um excelente exemplo de desenvolvimento associado à dinâmica da sua estância termal – as Termas de Luso.
Situada no sopé da Serra do Bussaco, junto da sua esplêndida Mata Nacional, tem vindo a acompanhar a progressiva valorização dos benefícios das águas do “banho de Luso”, referidos já no século XVIII e confirmados através de estudos sucessivos, ao longo dos séculos seguintes. A “Água dos Banhos de Luso” atrairia as elites sociais, justificando o interesse manifestado no desenvolvimento de conjuntos edificados adequados aos cuidados hidroterapêuticos, ao bem-estar de visitantes e de residentes temporários, bem como à fruição de uma paisagem natural e cultural verdadeiramente únicas. Ao longo dos séculos XIX e XX, a Vila de Luso pôde assistir à concretização de diversos projetos arquitetónicos de grande importância, os quais sem mantém hoje como testemunhos de um relevante Património a conhecer melhor.
A vila termal de Luso e a Mata Nacional do Bussaco constituem conjuntos patrimoniais a visitar obrigatoriamente, de modo atempado para uma descoberta surpreendente.
Mata Nacional do Bussaco
O Conjunto Patrimonial do Bussaco é uma unidade complexa que conjuga património edificado e património natural numa simbiose perfeita de mútua influência. Este vínculo assume diversas formas ao longo do tempo, mas podemos identificar dois períodos distintos: o período religioso, caracterizado pela intervenção da Ordem dos Carmelitas Descalços, e o período secular (laico) marcado pela intervenção estatal.
O primeiro momento, o período religioso (“sagrado”), incidiu em 90 hectares da Mata e perdurou durante dois séculos. Caracteriza-se pelos edifícios de índole religiosa de arquitetura sóbria e utilitária, sendo marcado pelo acesso restrito ao espaço, assegurado pela cerca conventual. Os edifícios dispersos pela Mata formam um dos mais originais conjuntos arquitetónicos erguidos pela Ordem dos Carmelitas na Europa. À singularidade arquitetónica acresce a ação de preservação da paisagem europeia que aqui se conservou graças a uma Bula papal. Findas as Guerras Napoleónicas iniciou-se a construção do “Bussaco Romântico” dando expressão aos movimentos culturais europeus do século XIX-XX.
Por sua vez, o período laico (“profano”) é caracterizado pela abertura deste espaço ao público e o acréscimo de mais 15 hectares de terreno, totalizando os 105 hectares atuais. Ao longo deste período destaca-se a construção de alguns chalés e posteriormente do Palace-Hotel, edifícios que, a par dos jardins, conferem uma aura romântica à Mata do Bussaco.
Uma das técnicas construtivas que caracteriza o património edificado nesta Mata Nacional é a técnica dos embrechados, que se caracteriza pela utilização de pedacinhos de loiça, cristal, vidros, pedrinhas e conchas com que se forram grutas nos jardins e se ornam paredes. Esta técnica decorativa, surge, no Bussaco, associada à cortiça. A utilização da cortiça com o embrechado revela uma clara intenção de dar um aspeto de gruta às edificações carmelitas. Esta aplicação não pode ser interpretada como uma tentativa de criar espaços mitológicos greco-romanos – como acontece nos jardins – mas como uma tentativa de recriar os primitivos eremitérios e a Cidade Santa de Jerusalém, berço dos primeiros eremitas do Catolicismo.
(por Fundação Mata do Bussaco)
Idanha-a-Nova
O Município de Idanha-a-Nova é extenso e apresenta uma relevante área de fronteira com Espanha, repleta de sítios de interesse a visitar.
Para além do seu rico Património Cultural, o seu território faz parte de duas importantes zonas de proteção da Natureza e de valorização ambiental – a “Reserva da Biosfera do Tejo Internacional” e o “Geoparque Naturtejo da Meseta Meridional” – ambas reconhecidas e classificadas como Património mundial da Unesco. Idanha-a-Nova detém igualmente o reconhecimento como “Cidade Criativa da Música”, fazendo parte da “Rede de Cidades Criativas da Unesco”, sublinhando o seu rico Património musical e a sua ação em prol do desenvolvimento cultural e criativo em torno da Música.
A par de uma visita obrigatória a Idanha-a-Velha ou a Monsanto, duas importantes Aldeias Históricas situadas no seu território, o centro urbano mais antigo de Idanha-a-Nova merece ser percorrido e descoberto, revelando-nos os seus diversos segredos guardados. As Termas de Monfortinho, reconhecidas pelas qualidades terapêuticas das suas águas, constituem um excelente modo de renovar o convite a permanecer-se no seu território, em contacto com a paisagem cultural e natural circundante, devidamente preservadas.
As paisagens e muitos outros motivos de interesse levam a que uma visita ao Município de Idanha-a-Nova siga um programa delineado atentamente, para permitir a sua descoberta e ser guardado na nossa memória.
Termas de Monfortinho
Na proximidade da Serra de Penha Garcia e do rio Erges, as Termas de Monfortinho oferecem as virtudes terapêuticas das águas da Fonte Santa.
Durante vários séculos, a qualidade das suas águas atraiu pessoas de ambos os lados da fronteira, dada a sua situação geográfica. O progressivo reconhecimento do valor das águas termais da Fonte Santa levaria à criação da Companhia das Águas da Fonte Santa de Monfortinho no início do século XX, ao lançamento de novas edificações e à promoção do seu uso terapêutico de modo mais consistente.
Ao longo do século XX assistiu à construção de novos espaços funcionais, à elaboração de diversos estudos fundamentados e à introdução de novas valências. O novo século justificou a reactualização dos antigos espaços e permitiu agregar novos princípios terapêuticos na utilização das suas águas termais.
Favorecendo o bem-estar físico e emocional de todos os que as procuram, as Termas de Monfortinho situam-se em ambiente de paisagem natural preservada.
Ciudad Rodrigo
Muito perto da fronteira com Portugal, Ciudad Rodrigo possui um notável Complexo Histórico-Artístico dentro do seu espaço urbano murado. Percorrer a sua rede de ruas e descobrir o seu património edificado é uma experiência de visita surpreendente. O passeio oferecido pela sua estrutura murada permite vislumbrar a sua bela paisagem e descobrir novas perspectivas da sua área urbana histórica.
Para além da visita obrigatória ao seu Património Cultural, os territórios envolventes apresentam outros sítios de grande relevância patrimonial a conhecer.
Villa Romana de Saelices el Chico
Informação: Villa Romana de Saelices el Chico
Coriscada e Centro Interpretativo do Sítio Arqueológico de Vale do Mouro
Nas proximidades de Mêda, situa-se a aldeia da Coriscada – lugar do Sítio Arqueológico de Vale do Mouro. Com um encanto próprio, acolhe todos os que desejam conhecer a Villa Romana de Vale do Mouro, convidando igualmente à descoberta dos seus interessantes recantos.
A aldeia da Coriscada surpreende quem chega – com o seu espaço urbano cuidado, com os seus testemunhos mantidos de tempos passados, com a tranquilidade sentida ao percorrer as suas ruas…
O Centro Interpretativo dedicado ao Sítio Arqueológico de Vale do Mouro é uma visita obrigatória para todos os interessados pelo Património, antes de se visitar o sítio arqueológico propriamente dito, em visita guiada previamente agendada. Alberga e expõe diversos testemunhos recolhidos durante as várias campanhas de Arqueologia cumpridas ao longo de vários anos, sob a orientação de Doutor António do Nascimento Sá Coixão – Arqueólogo e Investigador responsável pelos estudos arqueológicos realizados no Sítio de Vale do Mouro, desde o seu início. A visita ao Centro Interpretativo, no centro da Coriscada, permite observar um dos pavimentos de mosaico da Villa Romana de Vale do Mouro, restaurado e exposto adequadamente nos seus espaços, para além de outros elementos preservados, provenientes do Sítio arqueológico referido.
Inserida em agradável ambiente paisagístico, a aldeia da Coriscada convida a uma visita atenta e à descoberta dos seus vários segredos guardados.
Nos sítios com atividades presenciais da Festa do Mosaico CenCyL 2022 decorrem também atividades de participação aberta online.